sábado, 31 de outubro de 2009

Síndrome da Modernidade e Psicossomatização


Vivemos numa época moderna. A imagem do homem moderno é a do "executivo dinâmico", aonde a onipresença e o poder soberano da mídia, a armadilha do materialismo, a aceleração permanente do nosso cotidiano nos levaram, pouco a pouco, a confundir vida com existência, vida com agitação, vida com frenesi. Porém essa corrida desenfreada nos distancia de nós mesmos cada vez mais e nos esvazia do nosso próprio conteúdo. Somente a morte ou a doença nos coloca, por obrigação ou à nossa revalia, novamente diante de nós mesmos. Nesse momento, a confusão é grande.

O que significa esse corpo que nos faz sentir dor? Esses males, na realidade, são sinais de alerta, testemunhas dos nossos desequilíbrios, mas não podemos ouvi-los e, menos ainda compreendê-los. Ninguém nos ensinou de fato a traduzir tudo isso. Nossa ciência parcial separou nosso corpo do nosso espírito.

A proposta aqui é fazer com que nossos ouvidos se abram. Vamos aprender a identificar e a compreender nossas dores, tensões e sofrimentos, a fim de poder detectar a recepção da mensagem e de fazer o que for necessário para que isso mude.Vamos, enfim, desenvolver o ser humano à sua ambiência e à sua globalidade.

- M. Odoul (ilustração: USP)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Corpo-Bio-Grafia

O movimento é base de toda a inteligência, e as funções mais sutis do corpo humano são forçosamente subordinadas à estrutura do movimento. Ou seja, nossa psicomotricidade regula todas as funções de nosso organismo, mesma as mais sutis, e não o contrário.

Conscientes da existência de uma organização motora, tanto quanto da presença de um intelecto, conseguimos nos colocar "em contato" com o que está fora de nós e encontramos mais facilmente os instrumentos para a ação e para as sínteses cognitivas.

É forçoso reconhecer, a esta altura, que a atividade do cérebro é favorecida pelas funções mecânicas do corpo; o "mais leve", o fluido, o incorpóreo, a emoção, o pensamento, se beneficiam do "mais pesado", ou seja, da densidade do gesto.

Por que praticar o gesto pelo gesto? Para incorporar a mecânica própria da espécie humana, para entrar em contato com suas bases primordiais, com sua marca essencial. Nascemos para criar significados, para ganhar um significado. E o corpo é produtor desses significados. A prática do movimento é o instrumento capaz de fornecer condições para que nossas potencialidades ganhem forma."

- Bertazzo